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quinta-feira, 21 de abril de 2011

Pânico 4 - Crítica


“O Iluminado”“O Bebê de Rosemary”“O Massacre da Serra Elétrica”“REC”? Certamente, “Pânico 4” não será a resposta imediata de nenhum aficionado pelo gênero. O último episódio da franquia iniciada em 1996 está mais próximo de produções recentes como “Arrasta-me para o Inferno” e “Piranhas 3D”, justamente aquelas que souberam dosar a quantidade de horror e oferecer ao público bons motivos para rir.
E rir vai ser sua reação mais constante durante a exibição de “Pânico 4”. Não aquele riso de constrangimento e vergonha despertado por algumas sequências infames de clássicos do terror. Aqui, o hilário foi minuciosamente planejado e bem posicionado por Kevin Williamson e Wes Craven, roteirista e diretor parceiros desde o primeiro filme.
A narrativa segue a mesma linha colegial dos filmes anteriores, com a evolução de seus antigos protagonistas e a inserção de novos nomes em seu elenco jovem. Neve Campbell, a eternamente perseguida Sidney, está de volta após demoradas negociações com os realizadores e um cachê grandioso. Sua personagem amadureceu e agora autografa livros sobre a tragédia do passado. Courteney Cox, a Mônica de “Friends”, e David Arquette, membros do elenco do primeiro filme e casados desde então, também estão de volta nesta sequência. É curioso ver o entrosamento do casal em momentos que antecederam a polêmica separação conjugal, com declarações sobre traição, ereções constantes e pedidos de desculpas via Twitter.
Na tentativa de atrair a parcela de público que nos 90 não estava liberada para ver “Pânico”, foram convocados atores de apelo junto aos jovens. Emma Roberts, de “Um Hotel Bom pra Cachorro”, Hayden Panettiere, da série “Heroes”, e Adam Brody, de “The O.C.”, garantem a renovação do elenco e, com seus bons desempenhos, devem satisfazer os anseios daqueles que estavam saturados dos antigos atores.
O elenco demonstra uma sintonia invejável e parece à vontade nas situações embaraçosas propostas pelo diretor. “Pânico 4” é aquele filme em que ninguém parece ter se levado a sério, e justamente por isso a sensação que fica para o público é a de que aquilo tudo foi uma grande brincadeira (des)organizada pelas câmeras de Craven. Aqui, o diretor dá continuidade ao convencionalismo técnico de seus filmes anteriores e, vez por outra, faz uso de recursos de close-up aproveitados em exaustão pelos representantes do gênero.  O resultado final consegue passar longe do repetitivo, e as sequências em que o primeiro plano é dominado pelo salto alto da garota no piso do estacionamento ou pelo olhar ensanguentado de uma vítima possuem um sabor nostálgico indescritível.
Entre tantas referências e sátiras ao próprio formato, o resultado final de “Pânico 4” é uma grande metalinguagem deliciosamente fora de moda, onde tudo parece a versão distorcida e descompromissada de algum aspecto curioso do passado da franquia e do cinema de horror em geral. Ou seja, um prato cheio para as gerações mais antigas e uma oportunidade para os mais jovens conhecerem o que fazia a diversão das noites de domingo nos anos finais do último século.
Com a tarefa de resgatar e homenagear uma geração inteira de jovens que na década de 90 delirou com a inventividade e bom humor de “Pânico”, Craven foi bem sucedido em sua ambição e lançou um dos filmes mais divertidos da temporada. Afinal, quem mais conseguiria fazer boas piada com os nomes de Channing Tatum e Bruce Willis entre poças de sangue e tripas expostas?
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Jáder Santana é estudante de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo. Experimentou duas outras graduações antes da atual até perceber que 2 + 2 pode ser igual a 5. Agora, prefere perder seu tempo com teorias inúteis sobre a chatice do cinema 3D.

De Cinema com Rapadura

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