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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Glee 3D – O Filme: aclamada série leva alegria musical aos cinemas


O fenômeno “Glee” explodiu no mundo inteiro levando suas mensagens de aceitação e normalidade ao mostrar que todos são diferentes de alguma forma e, ao mesmo tempo, ocupam um espaço importante na sociedade. Além dos ensinamentos e tabus quebrados, a série de Ryan Murphy foi responsável por resgatar músicas americanas que estavam quase esquecidas no imaginário popular, dando oportunidade às novas gerações de conhecer um pouco da história americana. Munido de atores com grande potencial vocal, “Glee” conquistou crianças, adolescentes e adultos, com sua forma divertida, porém incisiva, de dar boas lições semanalmente aos espectadores.
Como fruto do sucesso, o elenco passou a fazer shows pelo mundo, com turnês sempre lotadas de fãs caracterizados com camisetas e acessórios referentes à série. Não demorou, então, que uma versão do show fosse levada aos cinemas. A onda de documentários musicais tomou conta das salas de projeção nos últimos anos, se mostrando como uma alternativa não somente para admirar um artista da música, mas também para participar de shows que não são realizados com frequência em alguns países.
E como todo filme-show, o público é totalmente restrito: assistirá “Glee 3D – O Filme” quem é fã da série, assim como aconteceu com shows de ícones da música como U2, Kylie Minogue, Pearl Jam, entre outros. Dessa forma, o filme baseado em “Glee” arrastará aos cinemas uma grande parcela jovem que quer ver um pouco mais dos seus ídolos na telona e que certamente ficarão felizes com o resultado da empreitada.
Analisando o documentário musical como um formato, “Glee 3D – O Filme” cumpre a proposta. A turnê é mostrada com euforia pelo diretor Kevin Tancharoen, com uma seleção musical diversificada e que resume a sensação Gleek criada em 2009 por Ryan Murphy. O show per si leva empolgação à plateia, que se vê em uma situação difícil ao ter que assistir sàs performances sentada. A alternativa é cantar junto e acompanhar no pezinho as coreografias. A megaprodução inclui trocas de cenários que lembram a série e abusam das luzes e efeitos especiais. O uso do 3D não se destaca como deveria, mas cria algumas perspectivas interessantes e simpáticas, como a chuva de papel ao final da projeção e a famosa cena do copo com raspadinha.
O show é permeado por registros de backstage, que mostra a preparação dos atores para entrar no palco. A simpatia do elenco da série é reforçada no filme pela boa ideia de mostrá-los como personagens, e não como atores. Ali o público vê Rachel, Finn, Santana, Mercedes e companhia, e não seus intérpretes Lea Michele, Corey Monteith, Naya Rivera e Amber Riley. O documentário também é reforçado ao mostrar a vida de jovens que foram tocados por “Glee” de alguma forma: a líder de torcida anã que se tornou popular por sua simpatia e capacidade, o jovem homossexual que virou chacota ao ser “descoberto” em sua escola e uma jovem de cabelo pintado com problemas de sociabilidade que conseguiu superar os medos pela força absorvida da série.
Como filme, “Glee 3D” desanda justamente ao tentar harmonizar suas três linhas: o show, o backstage e os personagens “reais”. Logo de início, a plateia já entra no show com toda animação, mas a fragmentação das outras linhas narrativas atrapalham o ritmo do longa. A trilha sonora também demonstra fragilidade em alguns números musicais, por desacelerar o ritmo dado ao início do filmem nas números como Sing, Firework, Valerie, Ain’t No Way, Slave 4U, Born This Way e Forget You compensam. Outro fator desgostoso é a dublagem nacional, que causa pouco impacto na verdadeira personalidade de cada membro do clube Glee. Por mais que esses pontos atrapalhem o produto final (reitero: analisando a partir da questão fílmica), tais negatividades são sanadas pela alegria com que o longa foi feito.
As mensagens que a série sempre quis passar ao público continuam ali e são de extrema importância para a conscientização de jovens mais tolerantes e que se aceitam do jeito que são. Nesse quesito, “Glee 3D” mantém a qualidade da série e se apresenta como um grande presente aos fãs, inerente a qualquer nota que a crítica especializada em cinema possa dar. Então sugiro que desconsiderem a nota fílmica registrada nesta crítica e apenas vá ao cinema ter uma ótima experiência musical que só Glee pode levar ao seu público.
P.S. Só saia da sala após acenderem as luzes.
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Diego Benevides é jornalista graduado pela Universidade de Fortaleza (Unifor), atualmente é pós-graduando em Assessoria de Comunicação, pesquisador em Audiovisual e professor universitário na linha de Artes Visuais e Cinema. Desde 2006 aprendeu a gostar de tudo um pouco. A desgostar também.


De Cinema com Rapadura

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