RochaXY – S02E05 – Power Rangers

domingo, 20 de março de 2011

Assassino a Preço Fixo - Crítica


Que os críticos mais convencionais me desculpem, mas para ser bom um filme de ação só precisa de uma história interessante, um ator razoável e muitos, muitos tiros e carros voando pelos ares. Tudo o que foge desse clichê e tenta surpreender precisa ser dotado de qualidade inegável para não decepcionar. Para a satisfação dos admiradores do gênero, “Assassino a Preço Fixo” tem tudo o que agradou a legião de fãs de filmes como “Duro de Matar”, “True Lies” e“Máquina Mortífera”.
O roteiro é simples. Um matador de aluguel (Jason Statham) toma como parceiro um jovem desajeitado (Ben Foster) e tenta inseri-lo no rol dos assassinos profissionais de sua região. Os roteiristas Richard Wenk e Lewis John Carlino ainda incluíram um intricado drama familiar que garante maior dinamismo e não compromete os momentos de ação. O protagonista foi traído e teve que assassinar seu mentor (Donald Sutherland), pai do personagem de Foster. O grande mote do filme é a busca dos parceiros por vingança: Statham à caça dos traidores e Foster à procura do assassino do pai.
O trabalho é um remake do filme de mesmo título lançado em 1972 com o nome de Charles Bronson encabeçando o elenco. Naquela ocasião, Bronson eternizou o olhar lancinante da vingança e reafirmou seu entrosamento com armas de todos os tipos, características já percebidas no anterior “Era uma Vez no Oeste” e oficializadas em “Desejo de Matar”, de 1974.
Statham ainda não recebeu o reconhecimento dado a Bronson, mas sua carreira bem direcionada é suficiente para colocá-lo no posto de melhor ator do cinema de ação dos últimos dez anos. Partindo de papéis coadjuvantes em produções de peso como “Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes” “Snatch – Porcos e Diamantes” (ambos de Guy Ritchie), o ator britânico assumiu personagens de destaque em filmes de grande apelo junto ao público, como em “Os Mercenários”, as três versões de “Carga Explosiva” “Roque – O Assassino”. Como nome frequente na escalação de atores para filmes do gênero, é de se esperar que seu currículo seja formado por um número se fim de produções duvidosas. Para nosso contento, algumas delas valem o preço do ingresso.
O parceiro de Statham em “Assassino a Preço Fixo”, Ben Foster, ainda não saiu do espaço destinado aos coadjuvantes. Seus esforços em filme como “Pandorum”, “30 Dias de Noite” “Os Indomáveis” não foram suficientes para garantir maior destaque nos projetos que seleciona. Com uma atuação convencional e pouco arrojada, Foster consegue provar que é o ator adequado para qualquer tipo de papel, em qualquer tipo de produção, embora nunca ofereça ao público algo extraordinário. Se a ousadia e potencial dramático demonstrados por ele no excelente “O Mensageiro” fossem repetidos, seu nome figuraria fácil entre os melhores de sua geração.
O inglês Simon West assumiu a direção do projeto e fez aquele que é de longe o melhor filme de sua carreira, formada por “Con Air”, “A Filha do General”, “Lara Croft: Tomb Raider” “Quando um Estranho Chama”. Aqui o cineasta conseguiu equilibrar todos os fatores que pareciam artificiais em seus filmes anteriores. Tiros, explosões, alta velocidade e perseguições são apresentados de forma bem conjugada e não parecem enfadonhos ainda no final do último ato.
Entre tanto convencionalismo bem aplicado, o filme peca pela montagem de algumas sequências, sobretudo nas cenas de sexo. Com cortes rápidos de videoclip e edição frenética, tais cenas parecem pouco maduras e não se encaixam ao real propósito do longa. A trilha sonora escolhida para essas sequências, exemplares de raps pouco conhecidos, também não convence e agrava o problema criado pela edição.
A despeito da péssima tradução do título original – “The Mechanic” – para o português, “Assassino a Preço Fixo” vai deixar os fanáticos pelo cinema de ação grudados na poltrona. Afinal, o que é mais divertido que aquela profusão de tiros e perseguições em alta velocidade na tela do cinema?
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Jáder Santana é estudante de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo. Experimentou duas outras graduações antes da atual até perceber que 2 + 2 pode ser igual a 5. Agora, prefere perder seu tempo com teorias inúteis sobre a chatice do cinema 3D.

De Cinema com Rapadura

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